Valdilene Oliveira Martins*
Sendo advogada de família eu aprendi a observar como se dá o fim dos relacionamentos afetivos. O fim da conjugalidade, de regra é cruel!
Não consigo achar que é normal, não consigo naturalizar o fato de tanto rancor, tanta mágoa, tanta intolerância e tanto ódio, resultarem de um relacionamento afetivo, onde, supostamente, já houve respeito e amor.
Enquanto advogada, a gente vê de perto e nitidamente a degradação humana dentro das relações afetivas, percebemos como esse “amor” exaltado em novelas, filmes, músicas, versos e prosa é raso, é vazio, não passa de uma falácia.
Acredito que as pessoas demoram muito para se separar e deixam o desgaste extrapolar o nível maximo, elas ficam muito tempo em relacionamentos lixos, por razôes diversas… por esperança de dias melhores, por naturalizarem a falta de respeito, o abuso e a violência, por co dependências, por priorizarem a opinião de familiares, por conta da sociedade, por falta de coragem de sair da zona de conforto, por medo da solidão, enfim…
Não se prioriza a própria felicidade, especialmente as mulheres, pois elas não são ensinadas a isso. Nunca são consideradas prioridade, nem pra elas mesmas.
Penso que o amor não é essa coisa toda que se fala por aí, ele é apenas uma consequência do respeito e da admiração. Sem os dois últimos, o amor não existe é apenas um sentimento vão.
As pessoas se enganam muito, pensando que o amor é tudo!
“O amor não define a forma de se relacionar, é da forma de se relacionar que resulta o amor.”
*Valdilene Oliveira Martins
Advogada de família e criminalista, que atua exclusivamente na assistência jurídica de mulheres em situação de violência doméstica e familiar, presidente do Instituto RESSURGIR Sergipe